Gostamos de lembrar de todos os casos, todos tiveram algo de especial. Alguns, com grande repercussão regional, e ainda que isso suma da história oficial, como os diferentes casos em que advogados da cidade trabalharam, mudando a história pessoal de muita gente, também sempre com reflexos em nossas vidas, percebendo que não somos invencíveis, muito inteligentes, habilidosos, que nem sempre falamos a coisa certa no momento certo, e também que não somos ases na oratória. No entanto, existem momentos que, ao menos, consideramos que fizemos a diferença para muita gente, e aí percebemos o quanto é importante uma advocacia que signifique realmente emprestar a voz para que alguém possa ser ouvido.

Tivemos uma intervenção fundamental em um episódio muito interessante, talvez tenhamos contribuído para que mil famílias tenham conseguido mais tempo e condições de se reorganizarem suas vidas e, com o tempo que tiveram, talvez tenham creditado o sucesso à sorte, talvez até seja. Tratava-se, naquele final de ano, do encerramento do contrato do Estado de São Paulo com a Associação Hospitalar de Bauru. Havia um enorme impasse, afinal se a associação deixasse a gestão dos hospitais, rescindiria o contrato de trabalho de algo em torno de mil empregados. Já se sabia que a atual gestora dos hospitais em nossa cidade assumiria, mas ela iria contratar diretamente seus empregados, contratos novos. E os antigos contratos? O pagamento das verbas rescisórias, depósitos de fundo de garantia, como receber, do que se viver, se a Associação não possuía mais recursos? O Estado, também entendia que não era responsabilidade sua.

Contratados que formos para defender os interesses dos empregados, participamos de exaustivas reuniões no Ministério Público do Trabalho que cumpriu com muita qualidade suas atribuições, como faz até hoje. Ali se procurava encontrar uma alternativa que contemplasse as necessidades de emprego dessa gente toda, que participava do lado de fora de cada reunião com muita ansiedade.